Cortes de Júpiter

de Gil Vicente. 2022

A propósito dos 500 anos das Cortes de Júpiter, o Centro Cultural de Belém desafiou o encenador Ricardo Neves-Neves a adaptar esta tragicomédia de Gil Vicente. Para esta reconstrução, fomos buscar ao mundo do jazz o compositor e pianista Filipe Raposo, que terá como missão dar uma estrutura de ópera à peça e à música de Gil Vicente. Com a participação do ensemble La Nave Va e direção musical de António Carrilho. Participa ainda o Alma Ensemble, com coordenação vocal de Filipa Palhares. 

É a primeira obra do Laboratório de Ópera Portuguesa, criado pelo CCB em parceria com o CESEM e a APARM.

Laboratório de Ópera Portuguesa


A criação de um laboratório de ópera portuguesa especialmente vocacionado para a recuperação de obras escritas por compositores portugueses ou residentes em Portugal é um sonho antigo que começa agora a ganhar contornos concretos.

Efetivamente, há muito que sentíamos a necessidade da criação de uma estrutura que potencializasse a apresentação obras oriundas da produção dramática que tantos investigadores têm retirado, ao longo dos anos, das profundezas dos inúmeros arquivos e bibliotecas nacionais e estrangeiras, com o objetivo máximo de aproximar o grande público da produção dramática musical que encheu os palácios, casas senhoriais e teatros do nosso país ao longo dos séculos.

Para além de um trabalho de recuperação historicamente informada, o Laboratório de Ópera Portuguesa prossegue um outro e incontornável objetivo: considerando que o género operático não é apenas um género musical, mas, acima de tudo, um género teatral, pretendemos assumir a estrutura como um fórum de desenvolvimento de um trabalho profundo, no âmbito do qual as exigências técnicas vocais de cada obra não se sobreponham à dramaticidade do discurso global, permitindo às novas gerações de cantores desenvolver aptidões dramáticas ainda hoje relativamente subdesenvolvidas.

Sinopse das Cortes de Júpiter


Garcia de Resende, testemunha presencial da representação das Cortes de Júpiter, avança com o dia 4 de agosto de 1521, domingo, como a data de apresentação da obra na corte de D. Manuel I.
Trata-se de uma tragicomédia idealizada para o casamento e partida da Infanta D. Beatriz para Sabóia, à razão do seu casamento com o duque daquela cidade.
Nesta obra vicentina, a última a ser apresentada ainda em vida de «o venturoso», que faleceria no mesmo ano, a Providência, incumbida por Deus, ordena a Júpiter, rei dos elementos, que faça concertar bons planetas e signos para a viagem ao longo do Atlântico, pelo estreito de Gibraltar e Mediterrâneo, até Sabóia.
O mar, os ventos, o Sol (Febo) e a Lua (Diana) são informados da empreitada.
Os diferentes elementos da Corte, que partiram num pomposo cortejo encabeçado pelo próprio Rei, seguido pela Rainha, o Príncipe e os Infantes, em direção à Sé e, de lá, para a casa da Rainha viúva, D. Leonor, para dela se despedirem, acompanham a frota de D. Beatriz até à foz do Tejo, nadando, metamorfoseados em peixes, umas vinte léguas, até ouvirem do mar alto o canto ameaçador de trinta mil sereias.
Perante a ameaça, Marte é chamado e recebe a ordem de proteger a esplendorosa armada de dezoito naus.
Como amigo e admirador dos feitos portugueses, Marte recita louvores entusiastas a Portugal. No fim, uma Moura encantada, evocada aos sons de um romance, traz e entrega à Duquesa de Sabóia prendas de condão: um anel, um dedal e um terçado.

Ficha Artística e Técnica

Encenação e adaptação dramatúrgica - RICARDO NEVES-NEVES

Composição de música nova - FILIPE RAPOSO

Direção musical - ANTÓNIO CARRILHO

Solistas ALMA ENSEMBLE:

ISABEL FERNANDESLILIANA SEBASTIÃO sopranos

RITA FILIPETERESA PROJECTO meio sopranos

FREDERICO PROJECTOJOÃO BARROS tenores

TIAGO AMADO GOMESTIAGO MOTA baixos

Direção musical - FILIPA PALHARES

Ensemble LA NAVE VA

CATARINA BASTOS violino ⎮ GABRIELA BARROS viola ⎮ JOANA TAVARES viola ⎮CÉSAR GONÇALVES violoncelo ⎮ DUNCAN FOX contrabaixo ⎮ GONÇALO FREIRE frutas de bisel ⎮ DÉBORA BESSA flautas de bisel ⎮ STEPHAN MASON trompete ⎮ NUNO CUNHA trompa ⎮ HÉLDER GONÇALVES trombone RICHARD BUCKLEY percussão⎮ HELENA RAPOSO alaúde, vihuela, teorba ⎮ JENNY SILVESTRE cravo

NUNO RAIMUNDO coordenação da recuperação histórica musical

JENNY SILVESTRE correpetição

JOSÉ MANUEL CASTANHEIRA cenografia

ANTÓNIO MURALHA assistente de cenografia

RAFAELA MAPRIL figurinos

PATRÍCIA MARGARIDA SILVA assistente de figurinos

LÍGIA GARRIDO ⎮HELENA JARDIM confecção

CIDÁLIA ESPADINHA caracterização e cabelos

MARCO SANTOS ⎮CATARINA FÉLIX ⎮ EMMA LOUISE assistentes de caracterização

ALEXANDRE COELHO desenho de luz

RUTE SOARES vídeo

SÉRGIO DELGADO sonoplastia

MAFALDA SIMÕES comunicação e assessoria de imprensa

ANDRÉ MAGALHÃES ⎮ANTÓNIO IGNÊS ⎮ JULIANA CAMPOS ⎮ RITA CAROLINA SILVA assistentes de encenação e apoio à cena

ANDREIA ALEXANDRE produção TdE

ADRIANA GONÇALVES produção executiva TdE

ELIANA LIMA assistente estagiária de produção

NUNO PRATAS produção Culturproject

JOSÉ LEITE difusão

Co-produção APARM-ACADEMIA PORTUGUESA DE ARTES MUSICAIS ⎮ CENTRO CULTURAL DE BELÉM TEATRO DO ELÉCTRICO ⎮ CULTURPROJECT

Apresentações

Lisboa, CCB-Pequeno Auditório (2022)
Loulé, Cineteatro Louletano (2022)

COLÓQUIO GIL VICENTE: 500 ANOS

4 de Fevereiro 2022, Sala Lopes-Graça, CCB

DIREÇÃO CIENTÍFICA LUÍSA CYMBRON (CESEM/FCSH) ⎮ MANUEL PEDRO FERREIRA (CESEM/FCSH)

ORADORES LUÍSA CYMBRON (CESEM/FCSH) ⎮ MARICARMEN GOMEZ (Universidade Autónoma de Barcelona) ⎮ JOSÉ CAMÕES (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) ⎮ ESPERANÇA CARDEIRA (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) ⎮ NUNO RAIMUNDO (CESEM/FCSH) ⎮ EDWARD ABREU CESEM/FCSH) ⎮ LUÍSA GOMEZ (CESEM/FCSH) ⎮ MANUEL MORAIS (ESCOLA DE MÚSICA NO CONSERVATÓRIO NACIONAL / UNIVERSIDADE DE ÉVORA) ⎮ JENNY SILVESTRE (APARM-ACADEMIA PORTUGUESA DE ARTES MUSICAIS)